MUDAR O PT PUBLICA POSIÇÃO CONTRA ALIANÇAS COM GOLPISTAS E PELO ENCONTRO EXTRAORDINÁRIO DO PT

A Frente de correntes petistas Mudar o PT, com maioria dos integrantes no Diretório Nacional, lançou documento sobre os passos a serem dados pela frente diante do cenário de golpe instalado e da importância de um Partido com gestão combativa e eleita pela base. Um documento que reafirma a veemente posição de várias correntes petistas contrárias a alianças com golpistas. Leia na íntegra.
Não ao Golpe, Fora Temer!
Nenhuma aliança com golpista!
Todas e todos pelo Encontro Nacional Extraordinário do PT eleito pela base!
Reunidos no último dia 17 de maio de 2016, em Brasília, debatemos no Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores a mobilização contra o golpe e a oposição total ao governo ilegítimo de Temer, a volta de Dilma com um programa de mudanças, a política de alianças para as eleições de 2016 e os rumos do PT.
Como a maioria dos membros do DN, defendemos uma postura combativa, intransigente e sem tréguas contra o golpe. "Governo" resultado de golpe de Estado deve ser confrontado e inviabilizado pela militância democrática e de esquerda. Essa definição é fundamental para o PT enquanto alternativa de esquerda, popular e democrática no país.
Sobre a política de alianças, defendemos uma tática eleitoral que proibe alianças com partidos e lideranças golpistas. Uma política de alianças coerente com o momento político que vivemos de defesa da democracia e enfrentamento ao golpe deve ser construída sobre bases programáticas, abrangendo os partidos que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, além de setores e lideranças que se posicionaram em defesa da democracia e contra o impeachment. O texto que apresentamos teve como base a resolução da Executiva Estadual do PT RS.
Entendemos que a resolução aprovada pelo DN passou a incorporar a luta contra o golpe como critério, mas foi pouco assertiva, priorizando timidamente os partidos do campo democrático-popular. A possibilidade de coligações com partidos golpistas com a porta aberta pela avaliação “caso a caso” implica no risco da exceção virar regra, para o que nos manteremos vigilantes.
No debate sobre os rumos do Partido dos Trabalhadores, avaliamos que o PT que temos hoje não tem sido capaz de responder ao atual cenário político. O Partido vem perdendo ao longo do tempo combatividade e burocratizou-se. Sustentamos que o PT precisa mudar e firmar um compromisso definitivo com os movimentos sociais e com a rua. Entre várias alternativas, como um Congresso Extraordinário até a manutenção do quadro de imobilismo atual, conquistamos a realização de um Encontro Extraordinário do PT em que a base social e militante do PT mude os rumos do nosso partido. Esse Encontro deverá ser um momento de afirmar nosso projeto partidário de alternativa política de esquerda e socialista.
O PT encontra-se diante de grandes desafios: fazer frente ao golpe, aos retrocessos sociais, manter vivas as mobilizações, enfrentar os ataques à esquerda e ao próprio PT, derrubar o governo ilegítimo de Temer; e ao mesmo tempo mudar a estratégia e a linha política do Partido, corrigindo os erros que contribuíram para que chegássemos ao atual estado de coisas e resgatando seu papel revolucionário de Partido de massas, de esquerda e socialista.
Não é uma empreitada simples, mas a boa notícia é que não nos resta outra alternativa e que, em dando conta dessa tarefa, o PT sairá desse processo mais forte do que nunca. Nesse sentido, a convocação do Encontro Extraordinário é um importante passo para um balanço e autocrítica do PT que aponte mudanças da estratégia e linha política do partido, que amplie o seu apoio popular e credibilidade na sociedade, que expresse a diversidade e o projeto histórico da classe trabalhadora e se organize como um partido socialista, militante e de massas.
Para tanto, defendemos claramente a eleição de delegados e delegadas na base, a partir de encontros municipais que garantam amplo debate, com a horizontalidade e profundidade que o atual momento exige. O Encontro Extraordinário precisa ser um processo aberto, autentico, democrático; deve lembrar a grande mobilização que fizemos no PED de 2005.
Conclamamos os membros da CEN e todas as correntes que optem por regras democráticas para a realização do Encontro. A eleição de delegadas e delegados é uma premissa básica para que o Encontro represente um novo gás para o PT.
Nos dirigimos aos militantes do Partido dos Trabalhadores, fazendo um chamamento a que iniciem as discussões para o Encontro Extraordinário em seus diretórios municipais e núcleos, e que contribuam com a Comissão Executiva Nacional do PT na compreensão do Encontro que queremos.
O PT deve se reorganizar e mudar sua política no processo de enfrentamento radical ao golpe, reencontrando-se com seu projeto socialista e com o seu papel de organização de massas, com legitimidade junto à classe trabalhadora e aos diferentes movimentos que estão em afluência pelo país.
É tempo de aprender com os erros e não deixar que eles se repitam.
É tempo de ousar e resistir!
Muda PT!
(Articulação de Esquerda, Avante S21, Mensagem ao Partido, Militância Socialista)

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